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quinta-feira, 31 de março de 2016

Jennifer de Paula critica hospitais no Rio (Duque de Caxias) após quatro horas de espera

 Jennifer de Paula passou maus bocados na segunda, 28, quando o filho Brendon, de 7 anos, acordou com febre e vômito. Sem plano de saúde, a modelo levou o menino a UPA Infantil (Unidade de Pronto Atendimento) do centro de Duque de Caxias, onde moram. De lá, saiu após uma espera sentada no chão por três horas sem que o menino fosse atendido. "Havia dez consultórios no local, mas só dois médicos trabalhando, então oito estavam sem funcionar. Contei mais de cem pessoas esperando. Depois de quase três horas com o Brendon com muita febre e vomitando sem parar, abandonei o local desesperada", conta ela.
Jennifer conta que ficou das 10h50 às 11h40 só para conseguir chegar até a recepção da UPA Infantil. "Informaram às 11h40 que um dos médicos estava tirando seu horário de almoço, aí ficou só um atendendo durante uma hora. Depois, me passaram para uma outra fila para pesar e ver a temperatura da criança e depois numa terceira fila para ver o 'grau de emergência' em que meu filho se encontrava. Por fim, me mandaram esperar do lado de fora para ser atendida por um médico." Foi quando ela desistiu.
UPA (Foto: Jennifer de Paula )
Procurada, a assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Duque de Caxias, responsável pela Upa Infantil, informou que "está apurando o que possa ter ocorrido, já que a unidade conta diariamente com sete pediatras realizando o atendimento." De acordo com eles, a unidade pediátrica da Baixada Fluminense atende diariamente cerca de 600 pessoas, sendo que 30% de moradores dos municípios da região e de bairros da cidade do Rio de Janeiro. O procedimento de três filas (recepção, medição de temperatura e triagem para averiguar gravidade da situação do enfermo) é o padrão da unidade. "Os casos mais graves encaminhados para a sala vermelha, e aqueles de menor gravidade aguardam o atendimento."
Jennifer de paula e o filho, Brandon (Foto: Rodrigo Garcia/Divulgação)
"Pessoas tratadas como animais"
"Fui para o hospital particular Mário Lioni, mas aí descobri que lá não tinha mais pediatria. Aí fui ao Hospital São José e a consulta custava R$ 650. Não tinha condições de pagar e fui embora. De lá fui para o hospital particular Daniel Lippi e não conseguia nem chegar a recepção porque tinha gente sentada nas escadas e a recepção lotada. Conversei com algumas pessoas, que me disseram que estavam lá desde a madrugada. Lá a consulta custava R$ 200. Depois liguei para uma amiga médica e ela falou que não poderia me ajudar porque não estava próxima, mas me indicou uma clínica e lá consegui que o Brendon fosse atendido. Isso já eram 15h. Eu estava toda vomitada por ele, que não parava de vomitar e com febre de 38,5 mesmo após ter sido medicado", conta Jennifer.
"O que mais me deixou triste nisso tudo, foi que a UPA foi o hospital onde me tratei (das queimaduras sofridas por ela na infância) e era um ótimo hospital. Agora as pessoas estão sendo tratados como animais. Como assim nove consultórios fechados e cem pessoas esperando? Revolta e desepero foi o que senti. Eu fiquei sentada no chão sujo com meu filho, ele estava quase desmaiado e eu não tinha o que fazer. É um sentimento de incapacidade. E se não tenho uma amiga médica? E se não tenho como ir em um particular? Como faria? A saúde no Rio de Janeiro está a um nível alarmante e desesperador, estado de calamidade pública mesmo. Vivemos em um estado totalmente falido e decadente, como pode ter Olímpiada aqui?"
Três UPAs serão fechadas no estado do Rio
De acordo com notícia publicada nesta quarta, 30, pelo "O Globo", a  partir da próxima sexta-feira, duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do estado do Rio fecharão as portas, por até 45 dias, e voltarão a funcionar com atendimento exclusivamente pediátrico. Outras três unidades — Niterói, São Gonçalo I e São Pedro da Aldeia — não terão mais pediatras, apenas clínicos gerais, e já vão parar de atender crianças.


Ainda de acordo com o site do jornal, embora não tenha sugerido alternativas para pacientes que moram próximos às UPAs que serão fechadas ou terão seu quadro médico alterado, a secretaria informou que “os objetivos das novas orientações são a otimização dos recursos e a melhoria na qualidade do serviço”.