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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Duque de Caxias / Campanha feita por uma ONG no Facebook procura a família da Abraão, de cerca de 80 anos, que não sabe informar sobre os parentes

Por mais ou menos um ano, os funcionários do Abrigo de Idosos Getsemani, que fica em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, buscam informações que podem levar a parentes e amigos do idoso Abraão José dos Santos Ferraz. O senhor Abraão quase não fala; quando se comunica, fala em tom bem baixo, quase sem som. Ele não se lembra de informações sobre a família, nem sabe sua idade, que é estimada em 80 anos.

"Ele chegou por meio de uma ligação de um posto de saúde. O que sabemos é que ele vivia na rua, há algum tempo, em Tinguá, bairro que fica entre Capivari e Xerém. Uma mulher que mora na região o ajudava  e chegou a levá-lo para sua casa. Mas estava difícil para ela, que tem três filhos pequenos", conta Natilde Firmino Lourenço da Silva, diretora do abrigo.

"Até que ele ficou doente e ela o levou a um posto de saúde. Depois disso, ele não pode mais voltar para a casa dessa mulher. Então funcionários entraram em contato conosco e ele veio para cá", completou. 

Uma associação que faz um trabalho voluntário no abrigo, a Pêlo Próximo, que leva animais para alegrarem os abrigados do local, se sensibilizou com a história e a situação de Abraão e resolveu divulgar uma foto nas redes sociais. Apesar de a foto ter sido compartilhada mais de 22 mil vezes desde o dia 7 de maio, quando foi postada, a ação ainda não deu resultados positivos. 

Dessa forma, enquanto aguardam o resultado, os funcionários do abrigo tentam dar uma vida digna ao idoso. "Ele não anda mais, tem dificuldades para falar e fala baixinho, pouquinho, como se tivesse tido um grande desgosto", conta Natilde, que luta por um sorriso no rosto de Abraão.

"Ele gosta de doce, não tem diabetes, sempre que posso, trago um docinho para ele, ele fica todo contente", comenta com carinho.  

Além de Abraão, o local atende atualmente 35 idosos. Desse total, cerca de 15 estão em situação semelhante a de Abraão: sem lembranças e sem contato com a família. 

"Alguns deles têm problemas de memória, às vezes nos passam informações de 20 anos atrás, por exemplo. As informações não batem, por isso não conseguimos encontrar os familiares deles", comenta Natilde que assumiu a diretoria do abrigo há cerca de cinco anos, após trabalhar um período como visitante.

Pelo alto número de assistidos, o abrigo Getsemani está reformando a sede para se adequar com as especificações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e aceita doações. "Material de construção é uma das nossas prioridades no momento", diz Natilde. O abrigo fica na Avenida Marquês de Barbacena, em Capivari, no Rio de Janeiro. O telefone para contato é (21) 2773-9777.