O Campinarte é independente. Não recebe subvenção de nenhuma prefeitura, governo de estado e muito menos do governo federal. Não somos uma organização não governamental, fundação, associação ou centro cultural e também não somos financiados por nenhum partido político ou denominação religiosa. Não somos financiados pelo tráfico de drogas ou milicianos. Campinarte Dicas e Fatos, informação e análise das realidades e aspirações comunitárias. Fundado em 27 de setembro de 1996 por Huayrãn Ribeiro.

Pesquisar este blog

domingo, 3 de abril de 2016

Jaqueline Ferreira investe R$ 1,2 mil mensais em fisioterapia e derruba prognóstico médico de aposentadoria

Jaqueline Ferreira lesionou o pulso no Mundial de 2013
Uma lesão pode muitas vezes acabar com a carreira de um atleta. Isso quase aconteceu com Jaqueline Ferreira, do levantamento de peso olímpico. Em 2013, a moradora de Duque de Caxias machucou o pulso no Mundial, na Polônia, e ouviu de um especialista em mão que “a sua carreira tinha acabado”. Mesmo triste, a atleta não se abateu com o prognóstico ruim e investiu na reabilitação. Dois anos e meio depois, ela está 100% e na briga por uma vaga na Rio-2016.
— Não cheguei a fazer cirurgia. Rompi o ligamento de um osso, que ficou fora do lugar. O especialista falou que minha carreira tinha acabado, porque se eu voltasse, iria romper de novo — diz.
A ajuda psicológica veio da família, dos amigos e do treinador, que ainda indicou um fisioterapeuta para a recuperação do pulso. Jaqueline precisou investir R$ 1,2 mil mensais, dinheiro oriundo da Bolsa Atleta e da ajuda de custo da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso Olímpico.
— Eu investi muito. Onde treino não tem fisioterapia. Tive que tirar do bolso e pagar cerca de R$ 1,2 mil por mês. Hoje não, porque estou no camping com a seleção e aqui tem fisioterapeuta. Mas, se estivesse no clube, sim. Investi sem pensar duas vezes, dependo daquilo ali para continuar o meu sonho. Não fiz economia — afirma.
Jaqueline nasceu e mora em Duque de Caxias
Jaqueline nasceu e mora em Duque de Caxias Foto: Washington Alves / Divulgação COB
Jaqueline foi obrigada a competir para não perder seus auxílios.
— Nos primeiros três meses, não conseguia nem segurar a barra. Doía muito. Demorei um ano para voltar. Foi difícil. Dependo dos resultados para ter as bolsas. Em alguns torneios, mesmo não estando preparada, tive que mostrar atividade. Atrapalhou um pouco.

Medalha de bronze no Pan após lesão
A grande vitória sobre o diagnóstico médico chegou em forma de medalha, nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, quando ficou em terceiro lugar, na categoria até 75kg. No Mundial de Houston, no ano passado, ela terminou na 11ª posição. Com uma participação nas Olimpíadas de Londres-2012 no currículo, a fluminense espera agora competir na Rio-2016 bem perto da família e dos amigos.
— Londres foi a realização de um sonho, porque é o que todo o atleta almeja. Agora, a equipe feminina tem duas vagas para todas as categorias. A indicação sairá depois do Pré-Olímpico, em junho. O trabalho está sendo bem feito e as possibilidades estão altas.
Descoberta no projeto social da Vila Olímpica de Duque de Caxias, Jaqueline espera competir no “quintal de casa”, já que treina diariamente em Jacarepaguá. Ela tem boas lembranças do Pan de 2007, quando foi medalha de ouro no levantamento de peso olímpico.
— Será muito gostoso. Competi duas vezes no Brasil e senti uma sensação muito boa. Nas duas competições, bati recordes. Só espero coisas boas, todos me olhando, a família gritando o nome, isso dá uma empolgação a mais — diz a atleta, que competirá no Sul-Americano, evento-teste da modalidade, entre os dias 7 e 10 de abril.