Nossos bairros andam muito tristes, amargurados, sombrios.
Não percebemos mais aquele entusiasmo comunitário, aquele espírito de
coletividade e de harmonia.
As iniciativas no esporte e lazer andam desaparecidas assim como na arte
e cultura, o que naturalmente tornam a vida na periferia uma coisa
desagradável.
Os pequenos e médios comerciantes são os que dão um caráter de
civilidade, geram renda e emprego nos bairros, estão trabalhando de forma
bastante prejudicada, deixando de atender no básico seus consumidores.
A vida noturna na periferia não existe porque o comerciante comum não
tem como enfrentar a pressão de traficantes e milicianos que acabam afastando
toda freguesia, inclusive, fechando muitas lojas comerciais.
Temos que atentar que cresce muito a cada dia o número de usuários de
drogas, um dos fatores fundamentais para a derrota de nossas periferias.
O usuário de drogas é um dos responsáveis pelas grandes desgraças em
nossas comunidades. Ninguém está disposto a dar um basta a esta situação, e
vejam: ruas escuras, esburacadas, fechadas pelos traficantes (ou milicianos) e
o povo encarcerado, servindo de escudo, impedido de ir e vir no seu próprio
bairro.
Temos que parar, pensar e repensar tudo o que nós estamos vivendo e
partir para uma providência o mais depressa possível, caso contrário, a
situação vai ficar, definitivamente, insustentável.