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sábado, 15 de maio de 2021

Instituto Histórico - Acervo

 Travessa de porcelana das Índias Ocidentais da Fazenda dos Telles Barreto de Menezes – século XIX

A travessa foi doada, em 1974, ao Instituto Histórico por Romeu Menezes dos Santos, bisneto do proprietário e professor das redes estadual e municipal de ensino. A peça de 50 centímetros de comprimento por 30 centímetros de largura retrata, em pintura azul marinho, o cotidiano, as pessoas, a natureza e a arquitetura, configurando-se numa importante objeto relacionado ao período imperial do Brasil. Atualmente, nas terras da antiga Fazenda do Telles encontra-se o bairro Vilar dos Telles, no município de São João de Meriti.

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Castiçal e imagem de Santo Antônio (Igreja São João Batista de Trairaponga)

Com a divisão e ocupação do Recôncavo Guanabarino no período colonial, em 1647, foi constituída a Freguesia de São João Batista de Trairaponga, separada da Freguesia de Nossa Senhora do Pilar de Iguaçu. É nessa mesma Freguesia de São João Batista de Trairaponga, ainda em 1647, que começa a história da Igreja de Santa Teresinha, no bairro Parque Lafaiete. Ao redor da primeira capela, erigida em homenagem a São João Batista, deu-se o crescimento dos atuais municípios de São João de Meriti e Duque de Caxias. Com a degradação dessa capela em 1857, o orago foi transferido para a Igreja Matriz de São João de Meriti, sendo deixada ao abandono até o início do século XX. Dom Guilherme Muller, então Bispo da Diocese de Barra do Piraí, à qual esta área estava ligada, notando o abandono da antiga capela de São João Batista, incentivou sua recuperação em 1926. Por meio de campanhas diocesanas, em 11 de setembro de 1930, a Igreja foi reaberta ao culto e a Irmandade de Santa Teresinha passou a ter a custódia do lugar. Estima-se que o castiçal e imagem de Santo Antônio possam ser remanescestes do período colonial.

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Roupas e objetos de Joãozinho da Goméia: décadas de 50/60/70

No acervo do Instituto Histórico, existem peças que pertenceram a Joãozinho da Goméia e a integrantes da família, como Mãe Ilecy e Mãe Kitala, que são importantes resquícios da memória e cultura afrodescendente no nosso município, bem como da história do candomblé no Brasil. São itens como o troféu do Terreiro Ogum Niger ao Termo Sol Oriente, de 1979; uma guia de santo – usada nas sessões de candomblé -; louças, como uma de xícara de chá, pires e um prato de sobremesa, datados de 1959. O espaço também preserva um disco com músicas gravadas por Pai João e roupas utilizadas nos cultos, que atraíam aproximadamente 6 mil pessoas.

Políticos e artistas de renome e de todos os lugares frequentavam as sessões públicas promovidas por esse famoso babalorixá, que era muito querido por seus filhos, consultado por pessoas importantes e, inegavelmente, um sucesso. A partir de 1950 até os dias atuais, ele foi o pai de santo mais conhecido do país, com fama comparável somente a de Mãe Menininha do Gantois.

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Farda e medalhas do Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo – II Guerra Mundial

Estudante de Medicina, na década de 1940, Moacyr Rodrigues do Carmo foi designado para servir na Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a II Guerra Mundial. No dia 2 de julho de 1944, seguia para Nápoles, Itália, o primeiro escalão da FEB. Em fevereiro de 1945, o Brasil tinha em solo italiano mais de 25 mil homens.

 

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Junto com a FEB, surgiu também o primeiro Grupo de Caça, esquadrão aéreo composto de 42 oficiais, pilotos e 400 homens de apoio, com 28 aviões. No dia 15 de setembro de 1944, os brasileiros entram em confronto no vale do Rio Pó, onde ocorreram as batalhas do Monte Castelo, Montese e Collecchio.

Na guerra, morreram 430 praças e 21 oficiais, sendo que os feridos chegaram a quase 3 mil. Segundo registros, 34 praças e um oficial foram feitos prisioneiros e 23 praças foram dados como desaparecidos. No mundo, o conflito matou mais de 30 milhões de pessoas.

A boina, a farda e as medalhas de eficiência, honra e lealdade, Cruz de Combate e a Medalha de Campanha da FEB relembram um pouco da presença humana num cenário de intolerância.

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Revista “Terra Fluminense” – 1924

A redação da editora funcionava no antigo Estado do Rio de Janeiro, em Niterói , na Rua Regente Feijó, 62. Em uma de suas edições, o diretor e proprietário Ramiro Gonçalves destacou um ano de administração do prefeito de Nova Iguassú, Sebastião de Arruda Negreiros. Em outra manchete, a revista enfatiza o fracasso do smoking feminino em Paris, enquanto que no Brasil o modelo foi considerado um sucesso.

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Jornal “Correio de Iguassú” – 1931

Sob o comando de Sylvio Goulart, o “Correio de Iguassú” foi um dos primeiros jornais que a circular na região. Com forte conteúdo político, o impresso mencionou o projeto de lei eleitoral e exaltou a figura de Getúlio Vargas. Como nos dias atuais, as doenças sexualmente transmissíveis também preocupavam as autoridades e tinha espaço na mídia. Na década de 1930, a fundação Graffré Guinle registrou 93.336 consultas de doenças venéreas, 2.486 de sífilis e 6.113 de gonorréia. A informação está na edição de 20 de setembro de 1931 do jornal.

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Chegada da água em Duque de Caxias

acervo9Após a emancipação em 1943, Duque de Caxias começou a crescer de forma progressiva. A continuidade do progresso dependia da instalação de uma rede d’água e não apenas de uma bica. Depois de muitas promessas, finalmente, em 1960, o governador do Rio de Janeiro, Roberto Silveira, inaugurou a água encanada na Praça do Pacificador. A instalação da água tornou-se um importante marco de desenvolvimento local.

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Selo em homenagem ao bicentenário do Duque de Caxias

Para comemorar o bicentenário de nascimento de Luiz Alves de Lima e Silva, a Câmara Municipal de Duque de Caxias, em parceria com os Correios, lançou, no dia 27 de agosto de 2003, em sessão solene, um selo em homenagem a seu patrono.

O selo traz em primeiro plano, a imagem de Duque de Caxias tendo, à frente, a espada entrelaçada com louros e, ao fundo, a imagem da Guerra dos Farrapos, representando mais uma vitória alcançada. Para a confecção da peça, foram utilizadas técnicas de lápis de cor e computação gráfica.

A empresa Brasileira de Correios e Telégrafos imprimiu 3 milhões de selos que foram colocados a venda em todo o território nacional a R$ 0,60. O lançamento na Câmara Municipal de Duque de Caxias foi o segundo feito no Estado do Rio de Janeiro, de apenas quatro no Brasil. A empresa também doou ao Instituto Histórico um álbum com selo e edital de publicação e uma cartilha.

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Relatórios da Escola Regional de Meriti – “Mate com Angu”

Fundada pela Professora Armanda Álvaro Alberto no dia 13 de fevereiro de 1921, a escola foi a pioneiro na América Latina a utilizar o projeto escolanovista e da aplicação do método montessoriano, com horário integral. Inovou ao distribuir para os alunos “mate com angu” como merenda, para que os estudantes permanecessem mais tempo na escola, iniciativa que mereceu elogios dos mais importantes educadores e intelectuais do Brasil.

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Auto de exumação de Luiz Alves de Lima e Silva

O Instituto Histórico possui cópia do auto de exumação de Luiz Alves de Lima de Silva, o militar mais condecorado do Brasil, nascido no território que hoje integra o nosso município. O documento destaca a última homenagem do Exército ao marechal que teve seus restos mortais transladados do cemitério da Venerável Ordem Terceira de Paula para o Pantheon, em frente ao Ministério da Guerra. Duque de Caxias nasceu na antiga Vila de Estrela, na Fazenda São Paulo, hoje Museu da Taquara, no dia 25 de agosto de 1803.

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Código de posturas da Vila de Estrela de 1846

No acervo do Instituto Histórico, é possível encontrar a cópia xerográfica do documento no qual constam as principais leis da Vila de Estrela, como tabela de ordenados de seus empregados, pedido de criação da primeira escola de ensino público para meninos e a exigência de diploma para se exercer as profissões de médico, cirurgião ou boticário (farmacêutico). A Vila de Estrela teve importante porto nos séculos XVIII e XIX e ligava a capital do Império, Rio de Janeiro, à região das Minas Gerais.

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Jornais “O Municipal”, “Folha da Cidade” e “Luta Democrática”

No Instituto , existem vários jornais dos anos 1950 em diante, que destacam o cotidiano de uma cidade em formação. Nestes periódicos, você vai encontrar a defesa do Jornal Municipal em favor do voto feminino, a campanha da Folha da Cidade em favor da água encanada e as manchetes sensacionalistas da Luta Democrática, além da festa de 25 de Agosto, falas de Getúlio Vargas à nação, bem como a construção da Igreja Santo Antônio.