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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Para 'pisar forte' na avenida, bateria e intérprete têm que estar em harmonia

 “Eu costumo dizer que a verdadeira orquestra brasileira é a bateria de uma escola de samba. O mestre é quem determina quem vai ou não desfilar. A cada ano que se escolhe um hino, a gente precisa montar o nosso trabalho em cima de um samba, junto com a harmonia e o carro de som. Isso pra gente levantar a galera e não deixar ninguém no chão”.
Dessa forma define o líder da Invocada (apelido dado à bateria da Grande Rio), o mestre de bateria Thiago Diogo, que, aos 34 anos, é considerado o mais jovem a assumir o posto entre todas as escolas do Rio de Janeiro. Ele mistura aptidão pela música, desenvolvida quando estudou piano clássico e passou pela Escola de Música Villa-Lobos, com a paixão de comandar 270 ritmistas. 
Os trabalhos para cada desfile começam entre abril e maio do ano seguinte. Nos quatro meses que se sucedem, Thiago tem a missão de selecionar quem são as pessoas que, ao lado dele, estão mais bem capacitadas para integrar o grupo que é considerado o coração da escola. “Passam aqueles que têm condições de tirar 10. Entramos sempre para ganhar”.
Ele se orgulha em ter conseguido recuperar as notas máximas no quesito para a Grande Rio nos últimos dois anos – quando se despediu da Unidos da Portela. Exigência e rigor fazem parte da rotina de ensaios, que não permitem erros: às terças, o treino técnico e, aos sábados, o show, ambos na quadra. No domingo, há o ensaio na principal avenida de Duque de Caxias.
“A posição do mestre de bateria é muito ingrata. É que nem futebol: se vencer o campeonato, os louros são do time. Se perder, é culpa do treinador. No meu caso, o mestre, que sou eu”, fala. Entre os desafios, está o de nivelar a diversificação dos integrantes, que têm vidas distintas e são de lugares diversos – apesar de a maioria ainda ser de Caxias.
Na retaguarda de Thiago – ou vice-versa – está o intérprete Emerson Dias, que se autodenomina líder de um coral. Ele comanda um conjunto de sete cantores que, junto com a bateria, têm a incumbência de levantar o público com samba-enredo do compositor Márcio das Camisas,  "Pisa forte Grande Rio... É pura emoção”.