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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Grande Rio vira tema de debate na Câmara de Santos

O Carnaval já passou, mas o tão comentado desfile da Acadêmicos do Grande Rio, que homenageou a cidade de Santos, continuou a ser tema de discussão. Desta vez, o palco foi a tribuna do plenário da Câmara de Vereadores.
Douglas Gonçalves (DEM) foi um dos críticos ao que foi apresentado pela escola de Duque de Caxias na Marquês de Sapucaí. O vereador comentou que ficou acordado até de madrugada para poder assistir ao desfile. “Fiquei decepcionado. Decepcionado porque foi mostrado um enredo de uma cidade e escondeu as maravilhas que Santos tem”.
Gonçalves disse que recebeu diversas mensagens com críticas ao que foi mostrado no sambódromo e citou a ausência de ícones culturais do município como Pagu e o maestro Gilberto Mendes, além de ressaltar que, a independência do Brasil passou pela cidade de Santos.
Em um tom mais áspero, Evaldo Stanislau (Rede) chamou a apresentação de “pseudo homenagem”, e disse que a Grande Rio “dizia que teria uma pisada forte, mas foi uma pisada mole”, e que a escola “derrapou, pisou na bola”.
O parlamentar também repudiou a declaração do chefe do Departamento de Formação e Pesquisa da Secretaria Municipal de Cultura, Murilo Netto Gonçalves, que criticou as reclamações em relação ao desfile. “Esse funcionário ofende, em plena democracia, quem exerce seu direito de opinião. Quem tem o direito de gostar ou não gostar. E rotula a pessoa”. Stanislau exigiu desculpas públicas de Gonçalves. 
Já Cacá Teixeira (PSDB) utilizou um tom mais ameno. “Claro que a satisfação não foi boa, não foi ótima. Mas demonstrou o que a nossa cidade representa no cenário nacional. A visão deste carnavalesco tem uma concepção diferente do que todos nós tínhamos pensado. Ele fez uma concepção com o Santos Futebol Clube e com o Pelé, que é um embaixador, um chanceler de Santos”.
Vice-prefeito na segunda gestão Papa (2009-2012), Teixeira comentou que recebeu consultas de escolas de samba, como a Beija-Flor (RJ), Unidos de Vila Maria (SP) e Nenê de Vila Matilde (SP), interessadas em homenagear a cidade, mas cobrando um auxílio de R$ 4 milhões do governo municipal e ressaltou que não houve investimento público no desfile da Grande Rio. 

O que incomodou o peessedebista foi a transmissão da TV aberta. “A rede Globo também prejudicou o desfile ao se falar apenas de futebol e não falar sobre a cidade de Santos. Quando ela falou que a Grande Rio estava fazendo uma homenagem a uma cidade paulista. Pouco se referendou à cidade de Santos e aos nossos monumentos, nossa história também”.
Por fim, o vereador disse que a escola de Duque de Caxias levou para a avenida 33 alas e muitas delas destacando a cidade como a Casa de Frontaria Azulejada, Brás Cubas, Santa Casa, os corsários, mercadoria do Porto, José Bonifácio de Andrada e Silva, os imigrantes, Saturnino de Britto e o café, entre outros destaques. 
Ele também minimizou a colocação final da agremiação, que ficou em 7º lugar. “A Grande Rio é uma escola nova. O desfile teve uma disputa mais acirrada em todos os tempos no Carnaval do Rio de Janeiro. Teve cinco escolas disputando o título e foi assim até o final da apuração. A Mangueira saiu vitoriosa por merecimento”.
Não se mistura
O vereador Benedito Furtado (PSB) disse concordar com parte do discurso de Cacá Teixeira, mas preferiu não entrar na discussão. “Misturar samba com política não dá certo. O peso de eventuais interferências de prefeitos, vereadores, deputados, em uma escola de samba do Rio de Janeiro, é zero”.
http://www.diariodolitoral.com.br/politica/grande-rio-vira-tema-de-debate-na-camara-de-santos/79607/