A dor e o choque desagradáveis vêm do nervo ulnar, um conjunto de fibras sensíveis que percorre o braço e passa por trás da articulação do cotovelo.
O nervo ulnar começa na espinha dorsal, ramifica-se passando pelo ombro e desce pelo braço, terminando nos dedos anular e mínimo. Ele é protegido por várias camadas de ossos e músculos enquanto transmite para o cérebro sinais dos músculos da mão e do antebraço.
O problema é que, ao passar pelo cotovelo, o nervo ulnar cruza atrás de uma saliência do úmero – o osso da parte superior do braço –, chamada de epicôndilo medial do úmero.
Ele também atravessa um pequeno canal de 4 milímetros de extensão, o túnel cubital, bem próximo do olécrano, um “gancho” ósseo onde o úmero encontra o rádio e a ulna – os ossos que formam o antebraço.
Evolução para síndrome
Nesse ponto, o nervo está ensanduichado entre o osso e a pele, sem muita proteção ou amortecimento.
Por isso, quando batemos o braço em um ângulo reto, o nervo é comprimido contra o epicôndilo medial. Quando isso acontece, temos a familiar sensação de ter dado um golpe bem no cotovelo, aquela estranha mistura de dormência com formigamento.
Como o nervo ulnar é o responsável pela dor – e não o úmero –, o incômodo desce pelo resto do braço e termina nos dedos.
Mas por mais que a dor seja intensa, para a maioria das pessoas a sensação é bastante fugaz. Depois de massagear a região por alguns minutos, a dor costuma ir embora.
O problema é pior quando surge a síndrome do túnel cubital. A sensação é de ter passado o dia inteiro tendo o cotovelo atingido com um pequeno martelo.
O distúrbio não é tão comum quanto a síndrome do túnel do carpo, que afeta as mãos, mas ele pode causar fortes dores e desconforto. Em casos extremos, chega até a prejudicar o uso das mãos.
Tratamentos possíveis
A diferença básica entre simplesmente bater o cotovelo e sofrer da síndrome do túnel cubital é ter o nervo pinçado por um longo período de tempo e repetidamente, em vez de um rápido golpe.
A síndrome pode se desenvolver, por exemplo, se o nervo ulnar estalar para frente e para trás através do epicôndilo medial conforme você dobra e estende o cotovelo. Ou acontece quando você segura o cotovelo em uma posição dobrada por muito tempo, quando dorme ou segura um telefone, por exemplo.
A maioria dos médicos opta primeiro por uma solução não cirúrgica para aliviar o problema. A recomendação mais óbvia é evitar gestos que possam causar os sintomas da síndrome. Se alguém tem o hábito de dormir com os braços dobrados, uma tala para mantê-los estendidos pode ajudar.
Mas, segundo a Sociedade Americana para a Cirurgia da Mão, às vezes é preciso considerar a hipótese de uma operação. Isso envolve deslocar o nervo para a frente do cotovelo ou eliminar parte do osso para aliviar a pressão sobre o nervo. O problema é que há pouco consenso sobre qual o melhor método.
No início deste ano, pesquisadores do Hospital Geral Allegheny, em Pittsburgh (EUA), compararam as alternativas cirúrgicas disponíveis e concluíram que “não existe um padrão para o tratamento operatório para a síndrome do túnel cubital, e até agora as evidências existentes não são suficientes para identificar a melhor técnica”.
Por isso, da próxima vez que você der aquela pancada no cotovelo, respire fundo: poderia ser uma dor muito, muito pior.
Autor: circuitomt.com.br
Fonte: circuitomt.com.br
Fonte: circuitomt.com.br