RIO - Foi em 3 de abril de 1971 que a revista “Manchete” noticiou:
“Quando seu corpo chegou à sepultura, no cemitério de Caxias, Estado do
Rio, um raio cortou o espaço, e desabou toda a água dos céus, ensopando
as três mil pessoas que erguiam os braços e gritavam: Saravá, Iansã!”. A
narração caprichada descrevia o enterro de João Alves Torres Filho, o
pai de santo Joãozinho da Gomeia, cujo centenário é comemorado este ano.
Apelidado à época pela imprensa de “rei negro”, “o maior babalorixá do
Brasil” e até “Papa do candomblé”, ele morreu em 19 de março daquele ano
vítima de um tumor no cérebro e problemas cardíacos. O relato sobre a
cerimônia fúnebre pode conter excessos, mas não inverdades. É o que
assegura Sílvia Mendonça, presente ao evento.