Algumas placas indicam para seguir na trilha, mas não informam qual a distância ou tempo estimado para chegar ao fim, por exemplo. O parque ficou fechado por meses durante a pandemia da Covid-19. Um abaixo-assinado chegou a ser criado na internet pedindo a reabertura do local.
Nascido e criado na região, Jacir Ramalho, de 67 anos, tirava por conta própria o lixo da estrada de terra que leva ao parque, em frente à sua casa. Ele trabalhou na construção da estrutura do parque como encarregado de obras.
— Marquei os quiosques e os mirantes. Agora está tudo abandonado. É lamentável saber que um grande investimento que foi feito agora está nesse nível de abandono. Os banheiros públicos estão totalmente largados, tudo quebrado — desabafa Jacir, dizendo ainda que os quiosques destruídos na entrada do parque funcionavam como lanchonetes.
O morador de Olavo Bilac, Roberto Rocha, de 41 anos, que levou a esposa Fernanda e o filho Arthur, de 10, para conhecer as cachoeiras do parque, também notou que a situação é de precariedade.
— Achei que está meio abandonado em relação à higiene. É muita garrafa pet, não tem lixeira. As trilhas estão mais fechadas pela mata também, e sem sinalização. É a quarta vez que venho aqui e me perco — afirma.
Caça e pesca ilegais
Segundo o professor de geografia física da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, da Uerj, Wellington Francisco Sá dos Santos, o Parque da Taquara sofre com problemas como a degradação do bioma, caça e pesca ilegais, além da falta de infraestrutura.
— É comum na região ter anzóis e armadilhas para captura de animais no parque. E tem os problemas de infraestrutura. Não há saneamento básico no entorno, e a coleta de lixo nem sempre é feita. Não tem posto de primeiros socorros, falta banheiro, iluminação. E tem todo o processo de ocupação desordenada — explica o professor.
Para Wellington, a solução para preservação do parque passa pela educação ambiental não só dos moradores e frequentadores, mas também dos governantes: