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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Grande Rio / Comissão de frente tem por trás casal mais disputado do Carnaval do Rio

Enquanto o segredo ronda a comissão de frente, passistas estão a toda na Cidade do Samba 
Se tem algo que é segredo absoluto na Grande Rio, que vai homenagear Santos no Carnaval 2016 na Marquês de Sapucaí, é a comissão de frente. Não por acaso, os ensaios são escondidos e revezados em três lugares diferentes da capital e da Baixada Fluminense. A ordem é mais do que clara: ninguém pode ver ou ouvir nada até a hora do desfile.
Por trás dela estão os coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri. Eles são figuras carimbadas no quesito surpresa. Em 2010 e 2011, foram responsáveis pela comissão que trocava de roupa sem que o público percebesse e, depois, pelos bailarinos que perdiam a cabeça e chocavam a plateia. Ambos desfiles pela Unidos da Tijuca, então campeã.
Cantor Emerson Dias e carnavalesco Fábio Ricardo
entre os coreógrafos Priscila Mota e Rodrigo Negri
“Eu acho que vai ser bem diferente de tudo o que a gente já fez. Traz emoção, traz irreverência e a plástica também é bem bonita”, promete Rodrigo. Se ele e equipe conseguirem cumprir o que dizem para A Tribuna On-line, não há dúvidas de que a nota máxima no quesito está mais do que garantida. “A expectativa nos ajuda bastante também”.
Nesse tom, ele não revela detalhes. Conta que, para despistar os curiosos, os ensaios, que acontecem três vezes por semana, são realizados na Cidade do Samba, em um clube na Tijuca e até na Sapucaí. “Na passarela, nós vamos de madrugada, às 4 horas, 5 horas, para justamente não ter ninguém que possa estragar o que preparamos”.
Serão de 15 a 30 bailarinos que terão apoio de um dos dois tripés que a escola levará para a avenida. Tratam-se de pequenos carros alegóricos que têm a função de oferecer apoio. No caso da comissão, Rodrigo fala que servirá de backstage, isto é, uma área em que poderá ser guardada alguma peça ou fazer troca de roupas, por exemplo.
Até o final deste mês, Rodrigo e a esposa acertam os últimos detalhes com os bailarinos. A partir daí, já em janeiro, a rotina de ensaios ultrapassa as 8 horas diárias. “A comissão dá o andamento ao desfile, é o termômetro. A gente tem que estar muito afinado com a harmonia. Se demora, pode implicar algum atraso. A preocupação é grande”.
Entre os mestres, as bandeiras
 O mestre Kauê Santos Silva, de 10 anos, e a porta-bandeira Tauani Xavier dos Santos, 8 anos, são a versão mirim do casal de mestre-sala Daniel Werneck e a porta-bandeira Verônica Lima - a aposta do Carnavalesco Fábio Ricardo. Ele, um flamenguista que samba desde “pequeno” e reluta em gostar do Santos. Ela, uma bailarina que também é apaixonada pela Grande Rio, mas que no futuro quer se tornar médica. 
O casal não é nem um pouco tímido: a irreverência ao receber os turistas estrangeiros na Cidade do Samba já vem na primeira resposta à pergunta de A Tribuna On-line. “Tio, eu já dei várias entrevistas. Apareci na tevê até”. Ela já emendou: “Quando eu soube que seria escolhida estava com a minha avó. Vim aqui no barracão e eu chorei de emoção”.
Kauê não gosta de muitas palavras, da mesma forma que não esconde o desgosto pelo Peixe. Quando a pergunta é sobre a escolha de Santos para a Grande Rio. “Sou flamengo e do Santos eu não gosto”.  Agora, quando a cidade (de Santos) é colocada à frente, ele tenta consertar. “Ah, tudo bem. Eu gosto, sim”.
Ambos se apresentam como o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira no Carnaval da Grande Rio, no dia 7 de fevereiro, na Sapucaí. Ao longo da última semana, A Tribuna On-line publicou reportagens sobre os preparativos do evento e dos bastidores da escola, que promete levar uma releitura de Santos e dos santistas à avenida.