Ao lembrar-se das histórias do pai, que trabalhava no Porto de Santos, o carnavalesco Fábio Ricardo não imaginava que, três décadas mais tarde, seria o responsável por levar a Cidade ao Carnaval do Rio de Janeiro. Ao misturar ansiedade e emoção, ele se enche de expectativa ao acreditar que a Grande Rio ganhará o caneco do samba em 2016.
Fábio quer entregar tudo uma semana antes |
Fábio é o responsável pela direção artística da escola. Ele tem a missão de pesquisar, criar e desenvolver todo o desfile, desde as fantasias até os monumentais carros alegóricos. E, mais do que isso, administrar todas as pessoas que fazem dos bastidores a principal festa: historiadores, figurinistas, costureiros, projetistas, ferreiros, iluminadores e tantos outros.
São ao menos 200 pessoas que dia e noite trabalham no barracão da escola na Cidade do Samba, zona portuária do Rio, para que tudo esteja pronto uma semana antes do desfile, em fevereiro. Foi lá, no “quartel-general da criação”, uma sala monitorada e de acesso controlado, que ele recebeu A Tribuna On-line. Apesar de resistente, ele adiantou detalhes do que será visto.
“Nossa, Santos é assim e eu não sabia”. Essa é a expressão que o carnavalesco quer ouvir dos próprios santistas assim que terminar a apresentação, já na madrugada de segunda-feira (8 de fevereiro). A todo o momento ele fez questão de ressaltar que o enredo propõe uma visão artística da Cidade e das conquistas do passado e do presente.
Serão 3.700 componentes divididos em 33 alas (33 fantasias diferentes, portanto), seis carros alegóricos e dois tripés (carros de menor porte). Os veículos variam de 6 a 15 metros de comprimento. O maior deles será o abre alas que, logo após a comissão de frente, tem a missão de impressionar: “Os personagens da história santista estarão mergulhados no Itororó, que não será só uma fonte”.