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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Fazenda São Bento, em Caxias, é patrimônio que conta a história da cidade

Fazenda São Bento foi o núcleo inicial de ocupação do atual município de Duque de Caxias. Seu surgimento se deu quando o Mosteiro de São Bento comprou partes das terras de Cristóvão Monteiro, em 1591. Com a doação de outra porção, feita pela viúva de Cristóvão, em 1596, a fazenda iniciava o processo de colonização do Vale do Rio Iguaçu.
Uma casa grande foi construída anexa à capela, entre l754 e l757, para abrigar padres em descanso ou afastados do sacerdócio. Era também a sede da grande fazenda.

Em 1957 foi tombada pelo pelo Patrimônio Histórico, mas em 1993 a capela desabou. Hoje funciona precariamente, em parte do casarão, apenas uma escola primária e algumas oficinas mantidas pela Diocese de Duque de Caxias.
Para a diretora do Instituto Histórico da Câmara Municipal de Duque de Caxias, Tania Amaro, somente ações conjuntas poderão recuperar o espaço: — A restauração demanda verbas e o reconhecimento da sua importância para a região — destaca.



O Museu Vivo do São Bento é um Ecomuseu de Percurso. O primeiro instituído na Baixada Fluminense. Foi criado, oficialmente, pelo Executivo Municipal em 03 de novembro de 2008 (Lei de Criação do Museu Vivo do São Bento – Nº 2224 de 2008), no âmbito da Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias, a partir da reivindicação dos Profissionais da Educação e dos militantes culturais caxienses.
Concebido a partir dos princípios da Nova Museologia, articula a defesa do patrimônio, a intervenção na realidade social, ambiental, econômica e cultural do território e o envolvimento das comunidades locais nessas questões, afirmando e confirmando, portanto, o sentimento de pertencimento e as ações dos sujeitos construtores do seu tempo.
Como um Ecomuseu, o Museu Vivo do São Bento é uma casa onde se guardam e se revelam muitas histórias, e como Museu de Percurso, é visitando o seu território e suas diferentes temporalidades que essas histórias são descobertas.
A partir da existência de um sítio arqueológico de população sambaquiana, pode-se experimentar um pequeno olhar sobre a era pré-cabralina. Com a história de uma fazenda que inaugurou o projeto de colonização lusitana nas cercanias da Guanabara, transformando-se posteriormente em unidade produtiva do Mosteiro do São Bento, no Rio de Janeiro, visita-se o período escravista brasileiro. Conhecendo as ações realizadas pelas comissões de saneamento e as políticas ruralistas instituídas pelo Ministério da Agricultura, em particular a implantação do Núcleo Colonial São Bento, viaja-se até as décadas de 20 e 30, do século passado. E, com as ocupações mais recentes, vive-se, construindo e reconstruindo, o Tempo Presente.
Há mais de 20 anos o atual percurso do Museu Vivo do São Bento é visitado por alunos, professores, moradores, pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, que, transitando pelas diferentes marcar deixadas pelos homens, realizam um esforço de leitura dos vestígios materiais e do próprio território, decifrando, interpretando e afirmando a importância desses lugares de memória como bens históricos e culturais, como patrimônio a ser preservado.