Pesquisa e texto: Klaus Bigelli
A ORIGEM
Em uma das 400 páginas do famoso Código Atlântico, documento no qual o arquiteto, engenheiro, escultor, teórico da arte e cientista Leonardo da Vinci esboçou um projeto de um velocípede com transmissão por corrente, uma novidade introduzida no mundo da bicicleta somente em 1885, ou seja 400 anos depois.
Em 1642, na região de Stoke Poges, em Buckinghamshire, Inglaterra, aparece no vitral de uma pequena igreja construída em 1642 a figura de um anjo sentado sobre uma viga em foram de cavalo marinho apoiado sobre duas rodas.
O desenho à esquerda é uma cópia do esboço original de Leonardo da Vinci e logo abaixo à direita, um desenho moderno derivado de tal esboço – do livro “La storia della bicicletta” de Augusto Marioni, estudioso de Leonardo da Vinci.
O PROTÓTIPO
A bicicleta saiu do papel somente no século XVII. Junto ao Deutsches Museum de Mônaco é conservado um modelo chamado bicicleta de Kassler, que remonta ao ano de 1761.
A paternidade da invenção é contudo objeto de discussão, tanto que muitos pensam que este modelo trata-se na verdade de um modelo francês exportado para a Alemanha.
Em 1791, Monsieur de Sivrac, um aristocrático parisiense, realiza um rudimentar protótipo daquilo que seria a bicicleta. Trata-se do celerífero – duas rodas de madeira com seis raios unidos por uma viga, que se empurrava fazendo uma alavanca com os pés no chão.
Em 1817 o barão alemão Karl von Drais apresenta a Draisina, um veiculo com roda dianteira direcionável, mas ainda sem pedais. Estes só foram acrescidos alguns anos mais tarde, diretamente sobre o cubo da roda dianteira, pelo alemão Philip Moritz Fischer, construtor de instrumentos musicais. A primeira corrida de Draisinas se seu em 1819, cujo vencedor foi o também alemão Semmler, que fez 10 km em 31min30s.
Por volta de 1840 o fabricante escocês Kirkpatrick Mac Milan idealiza um veiculo com roda dianteira motriz bem maior que a roda dianteira, om pedivelas acionado pelo homem conectado diretamente à roda.
O moderno velocípede ganha um certo impulso graças aos franceses Pierre e Ernest Michaux, que realizaram em 1861 os primeiro modelos comerciáveis, que tinham como característica a roda dianteira bem maior que a traseira. Todos os sucessivos modelos sucessivos se desenvolveram a partir destes.
Na Inglaterra James Starley, um operário de uma fabrica de máquinas, idealizou um biciclo e batizou-o de Gran-Bi; e seus superiores patentiaram a invenção de Starley em 1870 com o nome de Ariel e começaram a produzi-la industrialmente. Este biciclo foi um grande sucesso, apesar das dificuldades em guia-lo.
O primeiro triciclo apareceu em 1869, na Itália, criação de um relojoeiro e fabricante de pesos, Raimondo Vallani, que apresentou a sua invenção pela primeira vez durante o carnaval de Modena, que também passou a produzi-la comercialmente.
A BICICLETA MODERNA
Por volta de 1880 Starley idealizou um outro modelo, este muito similar à bicicleta moderna porque também utilizava uma corrente para transmitir o movimento à roda traseira. Com a morte de Starley, seu neto aperfeiçoou o modelo chamado Rover, redimensionando as rodas ao tamanho usado atualmente, com o quadro feito de tubos de aço em forma de trapézio, o guidão ligado direto na roda dianteira, tração traseira por corrente e freio a tambor na roda dianteira. Mas as biclicletas ainda apresentavam um problema de difícil solução – suas rodas eram de madeira ou ferro.
Foi somente em 1888 que o veterinário irlandês John Boyd Dunlop patenteou a primeira versão pneu, que se resumia a uma trama de borracha cheia de ar, para construir um triciclo para seu filho. Antes disso, em 1845, o engenheiro civil escocês Robert Thomson já havia patenteado um pneu de borraca vulcanizada, porem sua invenção destinava-se apenas para carroças, daí o pouco sucesso junto as bicicletas.
Somente em 1891 que os franceses Edouard e André Michelin inventaram o clássico tudo de borracha fina munido com uma válvula para controlar o ar interno envolto em um outro tubo de borracha mais resistente. A partir de então as bicicletas passaram a se difundir sempre mais, mais ágeis e manuseáveis, com transmissão para as subidas e roda livre para as descidas.
No fim do século XIX, a nascente industria automobilística desfrutou muitas das idéias provenientes do mundo das bicicletas na construção dos primeiros automóveis.
A bicicleta que conhecemos hoje se definiu já no século XVIII, a partir de então o seu desenvolvimento se deu sobretudo nos materiais, sempre mais leves e resistentes e suas adaptações quanto a sua utilização, maiores e pesadas para as chamadas City Bikes, finas e leves paras as Speed, resistentes paras as mountain bikes e pequenas e dobráveis para as infantis. (Fonte - https://www.bikemagazine.com.br/2011/03/historia-da-bicicleta/)
(Matéria de junho de 2020 sugerida pelo ciclista Niedson de Nova Campinas)