Há menos de um mês o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) iniciou uma obra de recuperação da Casa Grande e da Capela da Fazenda São Bento, uma preciosidade da Baixada Fluminense que corria o risco de desmoronar. Situada em Campos Elísios, Duque de Caxias, a antiga sede da Fazenda São Bento, do século XVIII. Apesar de ser tombado pelo Iphan em 1957, o local estava abandonado.
O local pertenceu a monges beneditinos e foi sede de uma propriedade rural que já produziu cana-de-açúcar, mandioca e milho, e teve extração de madeira, carvoaria e olaria. No lugar, contam historiadores, não havia senzalas. Os escravos habitavam a parte inferior da casa-grande. Nos fundos do edifício, há um sítio arqueológico. Os limites da fazenda eram os rios Iguaçu e Sarapuí. Ela foi a primeira construção da Baixada.
Até que a obra fosse iniciada, a Diocese de Caxias, dona do imóvel, teve que brigar na Justiça. Mesmo com a determinação de que a União deveria pagar pela restauração, em 2013, o Iphan, contestava afirmando que a responsabilidade pela preservação de bens tombados nacionais é de seus proprietários, sob consultoria do órgão.
Depois de tanto contestar, o Iphan foi finalmente considerado responsável pelo custo da restauração e no dia 31 de julho iniciou as obras no local. A empresa Studio G Construtora LTDA é a responsável pela execução dos serviços técnicos especializados de engenharia e arquitetura que serão necessárias.
Uma boa notícia para quem sempre sonhou em ver este patrimônio cultural restaurado. "Eu vejo que cuidamos muito mal de nossas riquezas locais. Temos na região um grande potencial de turismo cultural e sempre que via a Casa Grande se desfazendo lamentava pela história que se perdia. Seria maravilhoso que, com a restauração, a Fazenda se transformasse em uma referência turística da cidade", diz Caroline Souza, 28, moradora de Caxias e estudante de História.
Via O Dia