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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Nem cobra nem escorpião: Conheça o animal mais venenoso do mundo - BBC Brasil

Injetado por presas ou ferrões, venenos animais são verdadeiras armas químicas.
E nas listas de animais mais peçonhentos do mundo, cobras normalmente aparecem em posições de destaque. Ou escorpiões, como Leiurus quinquestriatus, conhecido como “perseguidor da morte”. Esse aracnídeo, que raramente mede mais de 11 cm, vive nos desertos do Oriente Médio e normalmente usa seu ferrão matar presas como minhocas e outros invertebrados.
Porém, tamanho nunca foi tão pouco documento. Testes sugerem que, com apenas 0,25 mg de veneno, esse escorpião consiga matar um rato de 1 kg. Impressionante? Sim. Mas o perseguidor não é o animal venenoso mais letal do mundo.
A honra cabe a um caramujo.

Ratos

Trata-se do Conus geographus. Natural do oceano Pacífico, o molusco se alimenta de peixes, e por isso precisa de um veneno forte o suficiente para agir rápido sobre sua presa.
“Peixes poderiam facilmente fugir de um caracol sem a ação de uma toxina poderosa”, explica o biólogo Ronald Jenner, do Museu de História Natural de Londres.
Os caramujos têm dentes curiosos: são uma mistura de arpões e agulhas de injeção, que os moluscos lançam contra o “jantar”, injetando um coquetel de toxinas que afeta o sistema nervoso da presa, paralisando-a para que o caramujo conus devore-a. Devagarinho.
Os caracóis produzem seus arpões quase como uma linha de montagem e raramente estão “desarmados”. O que não é má notícia somente para criaturas marinhas: estudos mostram que os dentes do molusco são afiados o suficiente para furar neoprene – o material de que é feito a roupa de mergulhadores. E, para complicar, a concha do conus é de uma beleza ímpar, capaz de atrair a atenção de exploradores.
Apenas 0,029 mg de veneno por quilo de massa muscular podem ser suficientes para que o caracol mate um ser humano. E 65% dos casos de picadas são fatais caso a vítima não receba socorro médico. Apesar disso, apenas 36 mortes foram registradas desde 1670.
Para determinar o quão letal um veneno é, cientistas não têm vida fácil. Nem todos os venenos são iguais. Podem ser usados como defesa contra predadores ou armas para neutralizar presas. Quanto mais precisa for sua aplicação, mais danos eles podem causar. E o fato de animais usarem suas “armas químicas” contra espécies diferentes torna ainda mais difícil a missão de encontrar o animal mais venenoso do planeta.
Quanto mais precisa for sua aplicação, mais danos ela pode causar. E o fato de animais usarem suas “armas químicas” contra espécies diferentes torna difícil a missão de encontrar o animal mais venenoso do planeta.
Obviamente, não há uma fila de voluntários para testes, então cientistas normalmente usam ratos como cobaias. Tais estudos revelam a “dose mediana”, a quantidade de veneno que mataria pelo menos 50% dos ratos usados nos testes. E o campeão de matança de roedores é o conus.

Preocupação

Porém, é muito mais fácil para humanos se depararem com outras ameaças químicas da natureza: as cobras.
E, entre elas está a taipan, espécie cujo apelido é cobra-feroz. Sua dose mediana de veneno para matar ratos é calculada em 0,025 mg/kg. Seu veneno pode ter efeitos devastadores no corpo humano, afetando, sistema nervoso, sangue e órgãos.
Esta espécie, porém, vive nos desertos remotos da Austrália Central. Sua prima, conhecida como taipan costeira, é que é mais perigosa – apesar de ter veneno menos potente. Para começar, ela vive perto de áreas mais populosas do país. E enquanto picadas são o último recurso de cobras quando ameaçadas, a taipan costeira aperfeiçoou um sistema de defesa em que dá uma sequência de múltiplas mordidas.
Um comportamento parecido com o de outra espécie temida: a mamba negra africana, que emite um assustador chiado para avisar que pretende atacar.
O avanço da urbanização está fazendo com que humanos cada vez mais invadam o habitat de cobras em muitas partes do mundo. E isso tem se traduzido em mais incidentes. No México, por exemplo houve 500 mil casos de picadas de escorpião em 2014.
“E, na Índia, 1 milhão de pessoas são anualmente picadas por cobras. Pelo menos 50 mil morrem e pelo menos metade dos sobreviventes fica com algum tipo de sequela permanente”, explica Bryan Fry, da Universidade de Queensland, na Austrália, cujo entusiasmo no estudo desses animais fez com que ficasse conhecido como “Doutor Veneno” em seu país.