Entidades comunitárias pecam ao negligenciar a arte e a cultura como elemento básico para o avanço e evolução de suas comunidades.
A promoção de ações culturais seria de grande ajuda na mobilização, além de ser o melhor e mais eficiente mecanismo para a difusão de projetos e programas relacionados aos deveres e direitos comunitários.
Informação via arte e cultura se utilizando da literatura, música, teatro, artes plásticas, artesanato, etc., tende num curto espaço de tempo, fazer com que as comunidades olhem para a realidade que as cercam com mais consciência. E é justamente essa consciência que levará a uma reflexão mais aprofundada e fazer com que essas mesmas comunidades passem a identificar as verdadeiras causas (ou causadores) de suas mazelas.
Ações de arte e cultura promovidas e dirigidas por agentes comunitários – sem a interferência do agente governamental – é o que fatalmente conduzirá nossas comunidades a um universo de luz, alicerçado na seriedade, conhecimento de causa e principalmente, honestidade.
Muitas entidades comunitárias desgraçadamente caíram nas mãos do tráfico de drogas e/ou milicianos, mas uma coisa tão ruim ou pior do que essas já citadas são as entidades comunitárias cujos presidentes ou só estão à frente dessas entidades para pavimentar suas próprias candidaturas ou estão à frente dessas entidades comunitárias para apoiar alguma outra candidatura em troca de uma boquinha qualquer.
O dirigente comunitário que usa uma associação de moradores para se promover, negligenciando a arte e a cultura em detrimento dessa autopromoção contribuindo para que a sua própria comunidade morra afogada no mar da ignorância, sonegando-lhes informações vitais para a sua sobrevivência, pode ser, sim, considerado pior que o traficante, pior que o miliciano, pior que qualquer agente governamental, seja municipal, estadual ou federal.
E esse tipo de “Judas” é mais fácil de ser achado do que você imagina, esse tipo de criminoso, travestido de líder comunitário, é mais fácil de ser achado do que você imagina, basta olhar a sua volta.
(Huayrãn Ribeiro)