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domingo, 3 de maio de 2020

O povo, comprovadamente, gosta de sangue

Não vou citar nomes, mas como fazem sucesso esses programas que só tratam de violência.
É impressionante a atenção dada pela população para jornais, programas (de rádio e televisão e Internet) com notícias de tráfico de drogas, milicias, assaltos, roubos, furtos, sequestro, assassinato, estupros e outras coisas mais.
Dá tanta audiência que não importa o horário, começou o tal programa, saiu o tal jornal a tal revista, pronto, audiência garantida.
A população (a maioria) que gosta desse tipo de programação, não se importa se é hora do café, do almoço ou do jantar. Conseguem “se alimentar” com esse tipo de noticiário e que ninguém tente mudar de canal ou da estação de rádio ou mudar o jornal, aí vai dar confusão. O povo, comprovadamente, gosta de sangue, muito sangue!
Vejo também que essas pessoas se dizem a favor da paz, são contra a violência, muitos fazem parte de alguma denominação religiosa, mas não conseguem ficar sem uma programação com “extrema” violência dentro do seu próprio lar. Condicionando seus filhos e netos a esse tipo de “entretenimento”, condicionando seus filhos e netos as novelas e filmes que normalmente tem um conteúdo bastante violento.
Em se tratando de criança, por exemplo, não posso esquecer os jogos de computador, os mais vendidos, os mais procurados, aqueles que a garotada mais gosta, são os mais violentos.
Por que será que gostamos tanto de violência? Por que será que não conseguimos viver sem a violência? Por que será que a nossa programação tem que ter violência? Por que será que pregamos a paz, vivemos pedindo paz na Terra, mas não conseguimos viver sem guerra? Por que a matança de pessoas, chacinas, é encarada como um entretenimento e não simplesmente como uma notícia do dia a dia?
É uma contradição maluca. O pior é que quem assiste a esse tipo de programação “sinceramente” fica sensibilizado, triste, amargurado, comenta que é preciso justiça, culpa a polícia, culpa o governo e por aí vai. Acontece que se no próximo programa o índice de violência não for maior essa sinceridade tende a reclamar muito mais da programação, isso sim.
Acho que está na hora de pararmos para uma reflexão e tentar mudar o mais depressa possível o nosso tipo de entretenimento, caso contrário estaremos arrastando nossas vidas para um poço sem fundo.